Imagine o seguinte cenário:
Você tem uma aplicação moderna, toda linda, falando REST com payload em JSON. Só que, do outro lado, os sistemas legados com que ela precisa se integrar falam… XML. Ou SOAP. Ou CSV (!). Cada nova integração vira uma série de ifs no código. A lógica começa a se espalhar. A cada mudança no sistema legado, lá vai você mexer de novo na aplicação principal. Resultado? Um código sujo, acoplado, difícil de manter.
Se identificou? Pois é. É aí que entra o tal do Anti-Corruption Layer — ou ACL, pra economizar saliva…
O que é Anti-Corruption Layer?
O ACL é um design pattern (sim, com pedigree e com história desde os Primórdios do TI) que atua como uma camada intermediária entre dois mundos: o seu sistema principal e sistemas externos com modelos ou contratos incompatíveis (contratos de API mesmo, estou falando de integração/Comunicação).
Em vez de deixar sua aplicação lidar diretamente com cada variação de protocolo, autenticação ou estrutura de payload, você cria um serviço ou camada que faz essa tradução.
Ele pode funcionar como:
- Um adapter, convertendo formatos e protocolos;
- Um facade, expondo uma interface única e limpa;
- Ou um serviço inteiro (sim, um microsserviço dedicado).
E para simplificar, a gente não fica falando adapter ou facade… já usamos ACL que cobre ambos.
Quando você deveria considerar usar?
- Integração com sistemas legados (payloads estranhos, protocolos antigos)
- Consumo de APIs externas com formatos diferentes (ex: companhias aéreas, gateways de pagamento, etc)
- Processos de modernização, onde sistemas novos e antigos precisam conviver por um tempo
- Situações com múltiplos sistemas consumidores que exigiriam duplicação de código de integração
Quais os benefícios reais?
O Anti-Corruption Layer não é só um pattern bonito no papel — ele resolve dores reais do dia a dia. Pra te ajudar a lembrar dele quando estiver lidando com integrações difíceis, se liga nesses pontos-chave:
✅ Isolamento de complexidade: sua aplicação continua limpa, falando apenas a “língua” que entende. Quem lida com o caos lá fora é o ACL.
✅ Menos acoplamento, mais liberdade: mudanças nos sistemas externos não explodem seu core. O impacto para no ACL.
✅ Manutenção mais simples: precisou adaptar algo do legado? Você sabe exatamente onde mexer.
✅ Payloads padronizados: entrada e saída previsíveis, sem ifs espalhados por todo lado.
✅ Escala com organização: cada time foca no que importa, sem depender de como o outro sistema funciona.
✅ Observabilidade real: trace completo da requisição — da sua app, passando pelo ACL, até o sistema externo.
✅ Rollback e refactor sem drama: em cenários de migração, o ACL pode até ser temporário e removido depois. Sem dor.
Mas vale sempre a pena?
Nem sempre. Como sempre digo na CAD, todas escolhas tem trade-offs…
Criar um ACL implica em novos serviços, novos pontos de falha e aumento mínimo de latência. Às vezes, um adapter simples dentro do código já resolve. O segredo está no equilíbrio: Tradeoffs fazem parte da arquitetura.
Avalie:
- Vai escalar pra mais integrações?
- O legado muda com frequência?
- Sua equipe sofre com manutenção?
Se sim, talvez já passou da hora de isolar esse caos.
Conclusão
Se você já passou por esse tipo de cenário (ou tá vivendo isso agora), provavelmente vai se beneficiar do ACL. E na CAD a gente fala (muito!) sobre como construir sistemas modernos, resilientes e fáceis de suportar . Se você curte esse tipo de papo e quer evoluir e aprender mais ainda sobre padrões de arquitetura, cola com a gente no CAD!