Durante um projeto recente, uma equipe decidiu “containerizar tudo” antes mesmo de entender o que realmente precisava. O resultado? Um ambiente cheio de YAML, pipelines complexas, monitoramento mal configurado, e uma equipe cansada tentando descobrir por que uma simples aplicação monolítica precisava de três clusters de Kubernetes só pra rodar.
Spoiler: não precisava.
Containers são incríveis — mas não são mágica. E nem sempre são a melhor escolha.
Bom na verdade containers muitas das vezes é uma ótima escolha, porém usar Kubernetes pra tudo também não é necessáriamente a melhor heheh.. Enfim!! uma coisa de cada vez… vamos falar hoje de kubernetes!
Esse tipo de nuance, aliás, é o que mais abordamos na Comunidade de Arquitetura Descomplicada (CaD). Se você quer evitar armadilhas como essa e realmente entender os trade-offs por trás das tecnologias modernas, vem com a gente.
Então, quando vale a pena usar containers?
Vamos por partes:
1. Portabilidade real
Containers são ótimos quando você quer isolar dependências e mover sua aplicação com facilidade entre ambientes. Produção, staging, local — tudo com o mesmo pacote. Isso reduz o famoso “na minha máquina funciona”.
2. Escalabilidade facilitada
Rodar várias instâncias da mesma aplicação é muito mais simples com containers, especialmente se sua aplicação for stateless. Com um orquestrador como Kubernetes, você escala réplicas de maneira controlada e confiável.
3. Deploy rápido e seguro
Com containers, deploys se tornam imutáveis. Você sobe uma nova imagem (v2), testa, e se der problema, volta para a v1 em segundos. Blue-Green, Canary, Rollbacks… tudo muito mais fluido.
Mas tem trade-offs
Apesar das vantagens, containers trazem complexidade:
- Curva de aprendizado maior (orquestradores, YAMLs, sidecars, etc);
- Custo de operação: você precisa de uma esteira bem feita, monitoramento, autoscaling e um time que saiba lidar com isso;
- Infra adicional: control plane, rede, observabilidade, segurança… é muita peça rodando junto.
E tem mais: nem todo workload precisa disso tudo. Um serviço simples, com poucos usuários e pouca variação, pode muito bem viver fora do mundo container.
Quem sabe um Serverless?
Infra como código? Sim, mas com responsabilidade
Com containers, boa parte da configuração vira código (IAC). Isso é ótimo, mas demanda:
- Separação clara entre infraestrutura base (ex: Terraform) e lógica das aplicações (ex: manifestos YAML);
- Estratégia clara de versionamento, rollback e deploy.
Você precisa de organização. Ou o ganho vira dor de cabeça.
Kubernetes, ECS, Fargate: tudo tem custo
Containers não rodam no vácuo. Você precisa de servidores — físicos, virtuais ou serverless — para suportá-los.
- Vai usar Kubernetes puro? Prepare-se para manter nodes, control plane, atualizações, etc.
- Vai de serviço gerenciado (EKS, GKE)? Prepare-se pro custo da conveniência.
- Vai de Fargate? Perfeito… mas depende do workload e pode ficar caro.
O ponto é: custo não é só financeiro, é também operacional.
Então, containers são pra mim?
✅ Sim, se:
- Seu time conhece (ou está disposto a conhecer) bem a stack;
- Você precisa escalar rápido e com resiliência;
- Sua arquitetura se beneficia de deploys imutáveis e automação.
❌ Talvez não, se:
- Seu sistema é pequeno, com poucas alterações e sem necessidade de escalar;
- Você não tem time ou tempo para manter uma infraestrutura moderna;
- O custo operacional pesa mais do que o benefício técnico.
Conclusão
Containers são uma das maiores revoluções do design de sistemas — quando bem aplicados.
Mas como tudo em arquitetura, são uma ferramenta, não uma regra.
Avalie o contexto, entenda os trade-offs e não adote uma tecnologia só porque ela está na moda. O hype passa. A complexidade fica.
E se quiser aprender mais sobre como tomar essas decisões com clareza e sem achismo, vem com a gente na Comunidade de Arquitetura Descomplicada (CaD).
👉 Clique aqui para conhecer o CaD
Abraços!
Douglas Mugnos!
